Satoshi Nakamoto: o gênio secreto por trás do bitcoin

Satoshi Nakamoto é o pseudônimo do criador do Bitcoin, a primeira criptomoeda inventada e também a mais famosa e valiosa. Mas afinal, quem é essa pessoa? Onde vive? Do que se alimenta?

Ninguém sabe.

Mas existe uma certeza: Satoshi Nakamoto está mudando a história da economia global e a sua identidade é um dos maiores mistérios dos nossos tempos.

Ninguém sabe se Satoshi era homem, se era mulher, se era só uma pessoa ou era um grupo de pessoas, nem mesmo se está vivo em algum canto do Planeta Terra, observando o Bitcoin aumentar em adoção.

Entretanto, existem diversas teorias ao redor desta pessoa.

Nesse artigo você vai entender quem é o gênio por trás do Bitcoin e quem são as pessoas mais cotadas a serem Satoshi Nakamoto.

O que se sabe até agora sobre Satoshi Nakamoto

Satoshi Nakamoto começou a codificar a primeira implementação do Bitcoin na programação C++ em maio de 2007.

Em agosto de 2008 ele enviou e-mails para dois respeitados cyberpunks, Hal Finney e Wei Dai, pedindo feedback sobre as primeiras versões do white paper do Bitcoin. Ambos deram um feedback positivo a Satoshi, dizendo que acharam o projeto muito promissor.

Alguns meses depois, em outubro de 2008, Satoshi Nakamoto publicou o white paper do bitcoin em um grupo de criptografia. Isso causou alguma curiosidade na época, mas não dá pra dizer que foi, nossa, um sucesso! Na época, o próprio Bitcoin ainda não estava pronto. Satoshi Nakamoto ainda estava trabalhando na finalização do código.

Em 3 de janeiro de 2009, Satoshi abriu o código-fonte oficialmente e botou pra rodar a blockchain do Bitcoin. Alguns programadores como o Hal Finney ficaram curiosos e também colocaram seus computadores pra trabalhar na rede do bitcoin e contribuir enviando relatórios de bugs para Satoshi. Mas, basicamente, nesse início, o próprio Satoshi Nakamoto era a única pessoa executando o software e minerando moedas.

A rede bitcoin foi aos poucos ganhando atenção. As primeiras comunidades de tecnologia, como o Slashdot, perceberam esse curioso experimento e as notícias foram se espalhando. Era cada vez mais evidente que havia uma nova forma de dinheiro na Internet, chamada bitcoin.

No final do primeiro ano da rede, apesar do bitcoin já ter alguns usuários executando o software, ele ainda não tinha um preço. Valia ZERO, nada, nem um centavo sequer.

Satoshi Nakamoto permaneceu por mais alguns anos trabalhando no código e trocando ideias com outros criptógrafos em torno do bitcoin. Então, em abril de 2011, ele entregou o controle do site bitcoin.org, e repositório do bitcoin, para o desenvolvedor Gavin Andresen.

Pelo que se sabe, ninguém mais ouviu falar de Satoshi desde então. Nunca houve qualquer prova de quem seja Satoshi Nakamoto.

Atualmente, os endereços de Satoshi possuem cerca de 700 mil bitcoins.  Satoshi pode ser considerado um multibilionário.

Quem é Satoshi Nakamoto?

Embora seja altamente improvável que Satoshi venha a revelar sua identidade, a especulação sobre a verdadeira identidade por trás desse pseudônimo é amplamente discutida.

No entanto, quem exatamente é Satoshi Nakamoto?

A seguir, apresento algumas pessoas que são consideradas como possíveis gênios por trás do Bitcoin:

Hal Finney

Harold Thomas Finney, mais conhecido como Hal Finney, foi um dos primeiros entusiastas do bitcoin.

Ele era um engenheiro de software defensor da criptografia e da privacidade digital.

Finney foi um dos primeiros indivíduos a executar a rede do Bitcoin. Ele se destacou ao compartilhar um tuíte famoso em 11 de janeiro de 2009, no qual escreveu “Running Bitcoin” (Executando o Bitcoin).

Running bitcoin

— halfin (@halfin) January 11, 2009

Isso significa que a partir daquele momento ele estava junto com Satoshi rodando a blockchain do bitcoin.

Finney minerou o bloco 70 e poucos e recebeu a primeira transação de bitcoin já registrada na história: 10 bitcoins que Satoshi enviou pra ele como teste.

Em um post de blog de 2013, Finney diz que ficou fascinado com a ideia de uma moeda online descentralizada e sobre as interações que teve com Satoshi pela internet ele disse:

“Eu pensei que estava lidando com um jovem de ascendência japonesa que era muito inteligente e sincero. Tive a sorte de conhecer muitas pessoas brilhantes ao longo da minha vida, por isso eu sei reconhecer os sinais.”

Finney negou as afirmações de que foi o criador do bitcoin e sempre falou que seu envolvimento com a moeda foi no sentido de ajudar Satoshi Nakamoto e a rede.

Infelizmente Finney não está mais entre nós, ele morreu em 2014 de uma doença neurodegenerativa. O corpo de Hal Finney está congelado esperando uma solução da ciência.

Dorian Nakamoto

Se ninguém sabe quem é Satoshi, quem é então esse cara nipo-americano que aparece no Google? Pesquisa aí no Google “Satoshi Nakamoto” pra você ver o resultado.

E aí, encontrou esse homem asiático?

Esse é Dorian Nakamoto. Ele tem quase 70 anos, mora em Los Angeles e, segundo ele, não é o criador do bitcoin.

Dorian ficou famoso em 2014, assim que saiu uma reportagem na revista Newsweek afirmando que ele era o Satoshi Nakamoto.

Nessa época Dorian foi perseguido por jornalistas e até pela polícia, mas ele afirma que não inventou, nem trabalhou com bitcoin.

Desde então, Dorian virou um ícone no mundo do bitcoin e a imagem do seu rosto é frequentemente usada para representar Satoshi Nakamoto.

Nick Szabo

Se tem uma pessoa que já foi revirada de cabeça pra baixo no intuito de achar algum indício da identidade de Satoshi, esse nome é Nick Szabo. Não é à toa que Szabo é um dos cotados. No final do anos 90, Szabo criou a sua própria criptomoeda, a Bit Gold, e esse projeto foi fundamental para o desenvolvimento do Bitcoin.

Em 2014, uma equipe de pesquisadores linguísticos estudou os escritos de Satoshi Nakamoto e comparou com treze potenciais criadores do Bitcoin. Segundo eles existem muitas semelhanças que apontam Szabo como sendo Satoshi Nakamoto.

Além do jeito de escrever, os pesquisadores descobriram que o white paper do bitcoin foi elaborado usando Latex, um sistema de preparação de documentos de código aberto. Esse mesmo sistema também foi usado por Szabo em todas as suas publicações.

Os pesquisadores também disseram que o autor do white paper estava muito familiarizado com conceitos semelhantes ao bitcoin e que Satoshi faz referência ao b-money, hashcash e outros conceitos de Wei Dai.

Curiosamente, o Bit Gold de Szabo não foi mencionado, apesar do Bitcoin ter sido claramente influenciado pelo Bit Gold.

Pra completar, Szabo trocou a data dos seus artigos referente ao Bit Gold em seu blog para parecer que foram postados depois do lançamento do Bitcoin. Mas ele jura de pé junto que não é Satoshi.

Wei Dai

Wei Dai é um desenvolvedor de software e criptógrafo conhecido por suas contribuições para a comunidade de criptografia.

Ele foi a pessoa que propôs o conceito de “b-money” em 1998, que apresentava semelhanças com o Bitcoin. Entretanto, Dai negou ser o verdadeiro Satoshi Nakamoto e não há provas substanciais para apoiar essa teoria.

Elon Musk

Elon Musk, o conhecido empresário e figura influente no campo das tecnologias disruptivas, foi mencionado como possível Satoshi Nakamoto em várias ocasiões.

No entanto, não há nenhuma prova concreta para sustentar essa teoria, e Musk nunca afirmou ser Nakamoto. Embora Musk tenha mostrado interesse e apoio ao Bitcoin, sua relação com sua criação permanece no campo das especulações.

Gabin Andresen

Gavin Andresen é um desenvolvedor de software que teve uma relação próxima com Satoshi Nakamoto nos estágios iniciais do Bitcoin. Ele foi selecionado por Nakamoto como o principal desenvolvedor do Bitcoin após sua partida.

No entanto, após a saída de Nakamoto, Andresen deixou claro que não é o verdadeiro Satoshi Nakamoto e não possui informações sobre sua identidade.

Craig Steven Wright

Craig Wright, um empresário australiano, reivindicou publicamente ser Satoshi Nakamoto em 2015.

No entanto, suas alegações foram amplamente contestadas pela comunidade criptográfica devido a várias inconsistências e falta de provas concretas. A maioria dos especialistas considera suas alegações como falsas.

Assim, nessa lista de possíveis Satoshi Nakamoto entram também Adam Back, Andreas Antonopoulos e até…ETs (quem duvida?).

Já se passaram quase 10 anos desde o início do Bitcoin e ainda não estamos nem perto de confirmar quem inventou essa tecnologia revolucionária.

Grupo de Pessoas

Há também teorias de que o Bitcoin pode ter sido criado por um grupo de indivíduos em vez de uma única pessoa. Isso significaria que Satoshi Nakamoto é um pseudônimo coletivo.

Essa ideia surgiu devido à complexidade do projeto do Bitcoin e ao conhecimento abrangente em diferentes áreas, como criptografia, economia, ciência da computação e teoria de jogos, que parecem ser necessárias para criar a criptomoeda.

Além disso, o estilo de escrita do white paper do Bitcoin, que foi escrito em inglês de forma muito articulada e precisa, sugere a possibilidade de mais de uma pessoa estar envolvida na redação do documento.

Quer saber mais sobre quem é o criador do bitcoin? Assista essa vídeo:

Por que Satoshi continua anônimo?

A decisão de Satoshi Nakamoto de permanecer anônimo é um dos aspectos mais intrigantes do surgimento do Bitcoin.

A razão por trás dessa escolha permanece incerta, mas várias teorias foram propostas.

Alguns especulam que Nakamoto buscou proteger sua privacidade, evitando atenção indesejada, outros sugerem que o anonimato era crucial para manter a descentralização do Bitcoin, garantindo que nenhuma figura central pudesse exercer controle sobre a moeda.

Independentemente da motivação, a decisão de Nakamoto de permanecer anônimo permitiu que o Bitcoin se desenvolvesse como uma comunidade global descentralizada.

Ao evitar a centralização em torno de uma figura de autoridade, o Bitcoin conquistou uma ampla adoção e aceitação em todo o mundo. A ausência de um líder central proporcionou um ambiente de igualdade e transparência, onde os usuários podem participar ativamente do desenvolvimento e governança da rede.

Em resumo, a decisão de Satoshi Nakamoto de permanecer anônimo foi um elemento fundamental para o sucesso e adoção global do Bitcoin.

Como Satoshi poderia aparecer e provar a sua existência?

Uma das formas de alguém provar que é Satoshi é mexer nos seus bitcoins, fazendo alguma transação para um outro endereço de bitcoin.

Mas, o que é intrigante é que os bitcoins de Satoshi ainda estão paradinhos em seus endereços até hoje. E se a gente parar pra pensar, faz todo sentido que o criador do bitcoin queira se manter anônimo. Se não fosse assim, provavelmente já estaria preso ou morto por ter criado uma moeda descentralizada, que não depende de Banco Central nem de governos pra rodar e que é global.

Bitcoin mexe com o centro do problema político e econômico mundial, a centralização. De poder, de decisão e de renda. Além de destruir com os serviços de transferência mega custosos e eliminar a necessidade de intermediários como Visa, Mastercard e Pay Pal.

Em 1998 um havaiano Bernard von NotHaus tentou colocar em prática uma nova forma de moeda chamada “Dólares da Liberdade”.

Sabe qual foi o resultado disso?

Ele foi acusado de violar a lei federal dos Estados Unidos e sentenciado a seis meses de prisão domiciliar, junto com uma liberdade condicional de três anos.

E não foi só essa história, em 2007, uma das primeiras moedas digitais, o E-Gold, foi proibida depois de muita treta com o governo americano, em que alegaram que a E-Gold era esquema de lavagem de dinheiro.

Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, tem bons motivos para querer permanecer anônimo e é bom que ele continue assim porque parte do sucesso do bitcoin vem do fato de ser realmente descentralizado, não ter um dono.

Mas por que alguém se daria ao trabalho de criar algo tão incrível sem querer levar os créditos?

Muito do mistério em torno de Satoshi Nakamoto envolve suas motivações.

Por que alguém se daria ao trabalho de criar uma moeda descentralizada pra depois desaparecer completamente e não ganhar os créditos por isso?

Talvez uma das postagens originais de Nakamoto sobre a proposta do bitcoin pode nos dar algumas pistas.

Em fevereiro de 2009, Nakamoto escreveu:

“A raiz do problema com a moeda convencional é toda a confiança necessária para fazê-la funcionar. O banco central deve ser confiável para não rebaixar a moeda, mas a história das moedas fiduciárias está cheia de violações dessa confiança. Os bancos devem ser confiáveis ​​para reter nosso dinheiro e transferi-lo eletronicamente, mas eles o emprestam em ondas de bolhas de crédito com apenas uma fração de reserva. Temos que confiar neles nossa privacidade, confiar neles para não permitir que ladrões de identidade drenem nossas contas.”

Muitos bitcoiners acham que Satoshi pode ser um libertário que odeia os ricos e políticos corruptos.

Entretanto, outros dizem que o momento do surgimento do Bitcoin, nos anos seguintes ao estouro da bolha imobiliária em 2007,  é uma indicação clara de que a moeda foi criada como meio de acabar com o sistema bancário corrupto.

A mensagem que Satoshi deixou no primeiro bloco do bitcoin, chamado de bloco gênese, nos leva a acreditar que esse era mesmo o motivo.

Ao ler o jornal The Times daquele dia, ele deparou-se com um título de capa que anunciava a notícia de que o Banco Central Europeu, pela segunda vez, iria resgatar os bancos do país que, na época, encontravam-se em dificuldades financeiras.

Em 2016, a cereja do bolo foi a indicação de Satoshi Nakamoto ao Nobel de economia, mas, como era de se esperar, ele não compareceu para receber o prêmio. Essa situação sempre me fez questionar a verdadeira existência de Satoshi como uma pessoa real.

Eu constantemente me pergunto onde ele estaria e se, de fato, é uma única pessoa por trás desse pseudônimo.

Será que ele está acompanhando a incrível valorização do Bitcoin? Talvez esteja atento às polêmicas e discussões no Twitter. Mas a maior incógnita é se um dia ele decidirá dar algum sinal de vida ou revelar sua identidade.

Sinceramente, minha esperança é que isso nunca aconteça.

A aura de mistério em torno de Satoshi Nakamoto é parte da magia do Bitcoin e do impacto que essa inovação teve no mundo financeiro. Seu anonimato permitiu que o Bitcoin fosse um projeto descentralizado e impessoal, e qualquer tentativa de revelar sua identidade poderia mudar esse contexto e comprometer a essência do que tornou o Bitcoin tão especial.

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